segunda-feira, 5 de abril de 2010

Esperança, Preciosa.


Resisti bastante até, finalmente, aceitar assistir ao filme. Preciosa - Uma História de Esperança. O filme relata a história de uma adolescente de 16 anos, negra, obesa, analfabeta, abusada e molestada sexualmente pelo seu pai desde os 3 anos, com quem teve um filho com deficiência mental e está grávida pela segunda vez. A sua mãe é o pior vilão que já vi em filmes, até agora. Não só por saber, ver e deixar o seu marido fazer isso com a menina, mas também por ser tão estúpida, grossa, ignorante, nojenta e desumana. Essas caracteristicas já bastariam como fator comovente aos espectadores do filme, porém o que fez esse filme ser tão visto e elogiado, foi, para mim, a visão minimalista e sensorial que o diretor Lee Daniels conseguiu transmitir nas imagens.. imagens fortes, bonitas e repugnantes. É um baita tapa na cara do espectador, tapa não, soco.. soco muito bem dado, ou então um coice... tem que ter estômago pra assistir.

Sabe o que aconteceu com esse filme? Eu acho que houve uma sobrecarga de desastre na vida da Preciosa Jones, tudo que podia acontecer de ruim com um ser humano aconteceu com ela.. é demais pra mim. Além dela ter os dois filhos do pai, a mãe monstro ainda retorna pra dizer a última bomba.. que o pai faleceu por estar com virus HIV. É... também achei desastre demais, mas se não fosse tão pesado assim, talvez não chegaria de forma impactante as pessoas que assistiram. Sei lá.. eu faria diferente.
A fotografia é genial. Preciosa. :)

2 comentários:

Filipe disse...

“Precious” para mim.... é retratada com convicção nas telas pela novata Gabourey Sidibe, e, só lembrando, é uma história baseada numa personagem real – é um espetáculo degradante tão forte, que em menos de meia hora de filme somos como que induzidos a uma fascinação mórbida pelo que está sendo mostrado. Com excepção da cena final – na qual a comediante Mo’Nique faz um discurso capaz de deixar mesmo os mais insensíveis ligeiramente perturbados – as adversidades que vão chegando para Precious (sua primeira filha, fruto sim de um estupro do pai, nasceu com síndrome de Down, e é chamada por toda a família de “Mongo”; logo depois de seu segundo filho nascer, ela descobre que adquiriu o vírus HIV, “cortesia” também de seu pai) vão se acumulando sem que elas provoquem em grandes reações em quem assiste, como se tudo aquilo estivesse mesmo predestinado a acontecer no decorrer de uma vida tão amaldiçoada quanto a da protagonista. E isso talvez seja o aspecto mais incômodo do filme: sabe-se que aquela história é verdadeira; e sabe também que ela não é única – há uma ou mais Precious morando não muito longe ; mas não se faz nada… Mesmo assim, simplesmente se assiste ao desfile de horrores como se fosse impossível mudar alguma coisa.... Bom blog! este filme impressionou-me

Ana Fonte disse...

Oi Felipe, adorei seu comentário.. Precious é baseado em “Push”, primeiro livro de uma escritora chamada Saphire, que era professora em Nova York. A personagem de Precious é baseada em várias alunas reais que ela teve, e nas experiências delas. E não em apenas uma pessoa, como foi relatado no filme. Por isso, reafirmo, que o filme foi pesado demais pra mim. Vamos combinar que é muita tragédia pra um ser só.