sexta-feira, 24 de abril de 2009

Clarice e a Aprendizagem do prazer

Reuni algumas partes do livro que estou envolvida no momento. "Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres" da Clarice Lispector. Diz muito o que vivi, vivo e procuro viver. Simplesmente divino.

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A Origem da Primavera ou A Morte Necessária em Pleno Dia.

" Queria poder continuar a -lo, mas sem precisar tão violentamente dele"

"Ser tão protegida a ponto de não recear ser livre"

"Lori se cansava muito porque ela não parava de ser"

"Ele parecia agora ver como ela era inalcançável. E mais: não só inalcançável por ele mas por ela própria e pelo mundo. Ela vivia de um estreitamento no peito: a vida."

"Sua alma incomensurável. Pois ela era o mundo. E no entanto vivia o pouco."

"Existe um grande, o maior obstáculo para eu ir adiante: eu mesma. Tenho sido a maior dificuldade no meu caminho. é com maior esforço que consigo me sobrepor a mim mesma."

"-Porque é que você olha tão demoradamente cada pessoa?
-Não é por nada que olho: é que gosto de ver as pessoas sendo."

"Um dia será o mundo com sua impersonalidade soberba versus a minha extrema individualidade de pessoa mas seremos um só."

"A coragem de Lóri é a de, não se conhecendo, no entanto prosseguir, e agir sem se conhecer exige coragem."

"Faço poesia não porque seja poeta mas pra exercitar a minha alma"

"Ele fazia poemas como exercício mais profundo do homem. E ela? Que fazia como exercício mais profundo de ser uma pessoa? Fazia o mar de manhã..."

"Queria que as coisas "acontecessem" e não que ela as provocasse. Ela conhecia o mundo dos que estão tão sofridamente à cata de prazeres e que não sabiam esperar que eles viessem sozinhos."

"Antes o sofrimento legítimo que o prazer forçado."

"Adeus. Ele sempre se despedia assim. Como se cortasse de uma vez para outra o vínculo? E ambos ficassem em liberdade um do outro? Lóri sabia que ela própria é quem cortara vínculos a vida inteira, e talvez alguma coisa nela sugerisse aos outros a palavra "adeus". "Abandonar-me logo quando eu estava..." Não concluía o pensamento numa frase porque não sabia ao certo em que "já estava".

"Ela estava procurando sair da dor, como se procurasse sair de uma realidade outra que durara a sua vida até então."

" A calma - o encontro com o prazer extraordinário que era tão simples de encontrar nas coisas comuns"

"Queria a quebra de sua carne em espírito e do espírito se quebrando em carne, queria essas finas misturas."

"Ser-se o que é era grande demais e incontrolável"

"E sabia que era feroz entre os ferozes seres humanos, nós, os macacos de nós mesmos. Nunca atingiríamos em nós o ser humano. E quem atingia era com justiça santificado."

"Ela quis retroceder. Mas sentia que era tarde demais: uma vez dado o primeiro passo este era irreversível, e empurrava-a para mais, mais, mais!!!

"De algum modo já aprendera que cada dia nunca era comum, era sempre extraordinário."

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