quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Tarantino do meu coração


pra se fazer um filme é preciso mais que uma historia bem elaborada. é preciso mais que atores bons no elenco. é preciso mais que uma idéia brilhante. é preciso mais do que milhões investidos.
é preciso mais que equipamentos de última geração.

é preciso ousadia, bom gosto e alma.



por isso o novo filme do Tarantino "Bastardos Inglórios" é digno de apreciação. sem falar no humor brilhante que permeia toda a história. Só o Tarantino me faz assistir filmes sanguinários. Só ele.

ahh claro, ainda tem o Brad delicinha. Ai ai.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

é verdade que a gente se dá bem

Ainda bem.
A vida me mostrou que substituição não é a melhor opção. Que bom saber disso. Que coisa boa você compreender o meu desespero, e me deixar perceber que não era isso que acontecia entre a gente.
Vagando solitária pelo meu mundo te encontrei. E você esperto, carinhosamente me deixou livre para perceber a minha louca teimosia.
Estou muito feliz em lhe dizer que finalmente o pano caiu, o medo se ausentou e os fantasmas sumiram. E não foi de uma hora pra outra, você sabe mais que ninguém disso.
E é verdade que a gente se dá bem.
Eu te encontro e você, como ninguém antes, me deixa ser.
Te peço humildemente:
Vem comigo!

Não sei bem o caminho, mas caso nos percamos, estaremos juntos.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Um dia

aconteceu mais ou menos assim, vou tentar descrever:
acordei, me levantei, fui até a janela e pude ver que o Céu estava rosa. Os pássaros cantarolando To Love Somebody da Nina Simone fez o céu rosa corar e logo depois chorar. Tomei café de abóbora pela manhã, em homenagem ao Céu. Sentei no sofá vermelho da minha sala verde e fumei meu cigarro de flocos. Durante a tarde me entreguei à preguiça dourada que sempre me perseguiu, como a minha cadelinha quando quer algo. Falando nela, Mel pulou no sofá e me olhou, olhou bem dentro dos meus olhos - hoje foi o seu aniversário - ela me disse, pela primeira vez, que me amava, e que eu sou uma pentelha quando a obrigo a dormir grudada comigo. Disse que eu preciso arranjar urgentemente um namorado pra deixar ela em paz. hahaha. ela é bem direta, sempre foi. Deixei ela em paz quando saí de casa pra andar um pouco. No caminho senti um cheiro de maçã do amor. Segui o cheiro e cheguei em uma cachoeira de groselha. Pulei, e pro meu espanto estava tão quentinha. Já li uma vez no google que isso acontece a cada 1.322 anos. Tive sorte. Saí de lá só quando o sol se pôs. Durante a minha volta pra casinha na rua Alfredo Backer, 329 - Eu presenciei o Céu se arrumando pra sua grande noite. Sei que passou perfume de jasmim, me distraí um pouco com uma borboleta translúcida que me atravessou o nariz, e quando voltei a minha atenção pro Céu, já estava revestido de paetês, a noite chegara safadinha e glamourosa. Cheguei em casa e me deu vontade de dormir no terraço. Subi com vinho prata e cigarros de chocolate verde. Hoje quero vigiar o Céu e observar ele pegando a noite embriagada.
Tive sonhos de doce de leite nessa noite.

* Qual é a sua realidade? qual é a veracidade dessa realidade? quanto tempo vai durar ela? alguém te ajuda a pintar e enfeitar o seu dia? A sua realidade é inventada? Por você ou por alguém?

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Relatório do dia

quando eu escrevo alguma coisa aqui, não é de minha vontade desagradar, ser estúpida, grosseira ou romântica. o que coloco nesse pequeno espacinho que tenho pra divagar não é racionalizado. é vivenciado. experimentado. Quase uma exorcização. Quando é posto pra fora, não me pertence mais. Não faz mais parte de mim. Amputei um membro ao relatar. Posso resgatar a sensação que me impulsionou a escrever, mas normalmente há sempre uma nova interpretação. uma nova digestão. Esse espaço que ostento vai além do que você cisma em acreditar. Você não precisa se magoar com a sobra. Aqui coloco a sobra do meu dia. Não quero magoar, decepcionar ou alegrar ninguém com isso. Juro. sei que você acretida. sei que você sabe do que eu to falando. A vida é bem mais do que conseguimos enxergar.

sábado, 3 de outubro de 2009

Ando ouvindo...


Ela é carioca


Ela é carioca

Basta o jeitinho dela andar
Nem ninguém tem carinho assim para dar
Eu vejo na luz dos seus olhos
As noites do Rio ao luar

Vejo a mesma luz
Vejo o mesmo céu
Vejo o mesmo mar

Ela é meu amor, só me vê a mim
A mim que vivi para encontrar

Na luz do seu olhar
A paz que sonhei

Só sei que sou louco por ela
E pra mim ela é linda demais
E além do mais

Ela é carioca
Ela é carioca

Só sei que sou louco por ela
E pra mim ela é linda demais
E além do mais

Ela é carioca Ela é carioca

Tom Jobim e Vinícius de Moraes

terça-feira, 29 de setembro de 2009

quando é amor

Amor verdadeiro só se for o meu e o seu, o nosso. Porque o resto é brincadeira de criança, que sem ter o que fazer, resolve tentar amar. que se apega, que se desespera, que se atropela.
O nosso é assim, amor com 4 letras, 2 vogais e 2 consoantes. Assim que se depara reconhece, e não podendo ser partilhado tenta fugir.. mas não consegue.
É só olhar que o coração dispara, se transformando em bateria vencedora no carnaval da Sapucaí.
O que existe depois do nosso desmedido amor, é alguma coisa que podemos chamar de carinho, compaixão, desejo, compatibilidade. Uma vontade tamanha de se aproximar do que conseguimos em instantes.
Quando se depara com o amor a gente suspira. o peito chora. a boca saliva. as pernas estremecem. as mãos suam. os olhos não piscam.
Quando é amor pode-se tentar fugir. se esconder. se esquivar. interromper.
Tenta-se muito em vão. O amor sempre é correspondido. Sempre. Mesmo que o universo conspire contra ou a favor, não importa.
O sentimento não para. não congela. não se espatifa. não se destrói. não se modifica. não se substitui.

domingo, 27 de setembro de 2009

Um pouco de Vinícius

Ausência

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

Vinícius de Moraes