terça-feira, 30 de agosto de 2011

Depressão Reflexiva

- Viver um amontoado de relacionamentos breves, confusos e precipitados é doloroso. Dói mesmo deixar de acreditar no romance, no amor resplandecente e duradouro.
- Isso existe? Porque no meu mundo só existiu paixão, amor confuso e breve.
- O amor pode ser breve?
- Se não pode, então acho que nunca amei de verdade.
- É difícil se entregar de verdade, amar de verdade, viver a verdade a dois.
- Será que essa verdade que busca, realmente existe?
- Acho que sim. Só não sei se vai existir pra mim. Será que todas as pessoas tem o direito de viver isso?
- Talvez não.
- O que procuro nunca encontrei, achei que encontrei.
- Achar, é ilusão momentânea. Você vive se boicotando.
- É medo, desespero de ser amada. Porque ninguém vai me amar do jeito que amo. Do jeito que quero e necessito.
- Verdade.
- Sou muito exigente?
- Mimada e exigente.
- Pode ser exigente no amor?
- Acho que não pode.
- Ah, por isso vivo por aí, perdida, confusa e abandonada.
- Acho que sim.
- Achar, é ilusão momentânea - aprendi isso hoje.
- Haha você é espertamente adorável.
- Isso é o que me resta.

sábado, 20 de agosto de 2011

Eu só vivo nos extremos

Não tenho condições de prender amor dentro de mim. Como isso é possível? Alguém me explica? Será que somos realmente o certo um para o outro? Você não quer alguém que transborda de amor. "Eu não gosto de dizer te amo porque banaliza". Deixou escapar, certa vez.
Sabe o que sinto e penso a respeito disso tudo? Eu não sei viver um sentimento morno. Banaliza dizer que ama, a quem realmente se ama? Acho tão incoerente. Você não acha?
Ao contrário de você, acredito que o amor se expande, se fortifica. Quando é dito, é jogado feito semente em terra fértil. Percebe?

Eu só quero que a primavera por aqui seja florida.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Seu Gosto Bom

Não precisa se assustar meu bem. Não vou te devorar, talvez morder e te apertar de forma quase sufocante. Porque eu preciso disso, desse contato extremo e profundo. Posso te esmagar um pouco, amarrotar a sua roupa, e te despentear todo. Você se importa? Eu necessito te cheirar e lamber feito bicho, me envolver nos seus pêlos. Posso? Eu sou assim meu bem. Mas também posso acarinhar as suas costas, suspirar nos seus ouvidos e olhar a sua alma. Entende? Gritar bonito, rir gostoso e saborear seu gosto bom. Me permite?

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Ontem eu morri

Ontem a vida abusou de mim em diversos aspectos. Zombando da minha cara a cada minuto que se passava. Na tentativa frustrada de te esquecer, vinha um desalmado e me berrava o seu nome. Tentei tapar os ouvidos. Mas o destino, sacana do jeito que é, trouxe junto com o megafone, uma enorme faixa. Eu tentei tapar os olhos, mas e os ouvidos? Não consegui me abster. Segui em frente, o dia tinha que continuar. E doía, claro que doía, mas eu permanecia em pé. A noite chegou na Urca, e trouxe com ela o frio do pólo norte. Além da alma dolorida, os meus ossos gemiam, meus pulmões tremiam e o coração... esse órgão não existia mais. Se quebrou em quatrocentos e vinte e sete pedaços. No ônibus pra casa, me sentei ao lado de uma senhora muito mal humorada e descontente com a vida. Ela era enorme e quase tomava todo o banco. Logo que sentei, ela bufou, me lançou um olhar muito do mal encarado e me empurrou sem dó nem piedade. Como quem dizia: Que merda, sai daqui ou eu te mato. Quase caí. Mas, coloquei o meu ipod, e escutei a Nina Simone, a versão que ela fez pra música "Here comes the sun". Não aguentei, e desabei em lágrimas. Chorei, chorei, chorei, funguei, chorei, funguei de novo. A velha não precisou me matar, pois morri por mim mesma. Era a música que escolhi pra aquele dia, aquele dos meus sonhos. Meus, e não nossos. Esse foi o diagnóstico, ? Mas, mesmo assim me veio lembranças da nossa vida quando era linda, do nosso beijo quando existia, da leveza que o nosso amor me trazia. Ontem eu morri por completo. Hoje apenas espero. To aqui vagando por não sei onde, esperando por doações. Quem sabe um dia, nessa viagem cósmica, eu possa obter um coração forte que não se quebre tão facilmente. Ou, que ao congelar, possa ser cuidado. Deve existir um antídoto que o mantenha aquecido, para que enfim, não se quebre jamais.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

e no meu peito transborda amor.

Amor, meu grande amor.
Amigo querido.
Família pequenina amada.
agregados que já são de sangue.
vizinhos de toda uma vida.
Amiga que me quer bem.
princesa mel do meu coração.
irmã que me faz falta.
mãe amor incondicional.

sorte de ter essa vida.
poder escolher, e ser escolhida.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

fluxo constante e para sempre.

não estou mais pro descarte. Já pratiquei demais isso na minha vida. Descartei momentos ao lado de pessoas que me amam, pra me perder em entretenimento xulo, com pessoas de mentira. Cultivei amizades que se transformaram em... o que? nada. Como um jovem de 20 anos pode ser tão estúpido? Eu tive sorte de fugir de toda essa mesquinharia que me rodiava, essa superficialidade do "eu te amo" que tanto cultivei e recibi. Lembrar de tudo isso me faz sentir um "eca" de mim. Acredito que tudo o que passamos nessa vida seja algum tipo de teste, de aprovação pra você conseguir evoluir, transcender e encontrar a paz. Foi preciso encontrar pessoas de mentira, descartar o amor que me queria, descartar o carinho de quem eu merecia. Foi preciso sofrer, sentir imensa solidão, desprezo e melancolia.
Você já sentiu a vontade de rebobinar a sua vida, e implorar que Deus te desse uma chance pra refazer aquele caminho que saiu completamente torto? Aquele que em sua lembrança é um borrão manchado moído amassado. Infelizmente eu tenho, e não me orgulho dele. Mas como tudo na vida é um aprendizado... pra me consolar penso que, não estaria agora, aqui, escrevendo tudo isso, vivendo todas as coisas lindas que hoje eu vivo, todos os sentimentos bons e maravilhosos que venho cultivando, a maturidade de amar um amor vivo e límpido... É... talvez eu precisava passar por tudo, né.
Mas hoje, voltando ao assunto inicial, não estou mais pro descarte. Quero tudo aquilo que permanece, que é eterno. Não vivo mais de instantes, vivo do fluxo. Quero que o seu amor permaneça constante, não precisa aumentar, nem tão pouco diminuir. Quero ele verdadeiro e constante, seguindo o fluxo da vida. Da nossa vida.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Saudade

E se a gente pudesse voltar em momentos importantes da nossa vida. Revivê-los. Ressentir, sem ressentimento.

Eu voltaria aos meus 8 anos.

Voltando da escola, em dias chuvosos, antes de subir para o meu apartamento, dava uma volta pelo condomínio só pra sentir a chuva bater no guarda chuva. A chuva escorregava pela circunferência e se dividia em milhares de gotículas a cairem nas poças ao meu redor.

Composição da cena:
A chuva com o seu cheiro, as poças com seus barulhos e eu com a minha liberdade de criança.

o cheiro da chuva me instiga a liberdade desde então.