Atendendo o Fábio Assunção
Meio que mecanicamente olho para a fila, pronta pra chamar o próximo, e avisto quem?
Ele me olha, sorri, e digo o "pode vir senhor" mais verdadeiro e eufórico do mundo. Meu coração de 70bpm vai para 170bpm num piscar de olhos. E que olhar penetrante tem esse homem, Jesus! De um azul tão azul que nunca vi igual, obviamente que fiquei hipnotizada. Primeiro nos olhos e depois naquela boca carnuda que começou a mexer falando algo, mas eu não consegui me concentrar no que ele falava, a minha imaginação estava so far away.
Eu: Pois não senhor, me desculpa, pode repetir?
Fábio: Será que você poderia me colocar na primeira fileira do avião?
Normalmente a minha resposta pra esse tipo de pergunta é sempre a mesma. Seja a pessoa quem for, minha tia, a Xuxa, o Papa, Silas Malafaia, Dilma...
- Claro que posso senhor. Desde que o senhor pague uma pequena taxa de 40 reais. ♥
Mas o que falei:
Eu: Claro. Prefere janela ou corredor? ( ou minha casa?)
Fabio: Sério?
Eu: Muito sério. ( me derretendo toda pelo check in)
Fábio: Você é muito gentil. Valeu mesmo.
Eu: ( morri por alguns segundos.)
Fábio: Você sabe me dizer o que tem de bom pra comer nesse terminal?
Eu: ... ( Eu, pode ser? diz que sim vai...)
Fábio: Tem pizza hut, essas coisas né?
Eu: Tem bob's, spoleto, um restaurante a quilo... mas pizza hut tem não senhor.
Fábio: Tudo bem, Ana. Muito obrigado. Vou lá ver o que tem então.
Eu: O embarque começa daqui 30min, boa viagem. ( Me leva contigo? Pra sempre, por favor!!!)
Fábio: Bom trabalho, tchau.
Eu: Tchau. ( vai não, fica vai... ai meu Deus que bunda é essa? Isso chega a ser desumano.)
Tive que me ausentar, por motivos óbvios, do check in. Beber uma água, gritar com a amiga, voltar a respirar... essas coisas.
Fim.
Obs: 1- Foi dada autorização do meu superior para liberar o assento especial sem o pagamento.
2- Gabriel, é tudo questão de não perder a piada. :)

quarta-feira, 7 de agosto de 2013
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Choro de Alegria
Agora, neste exato momento, o que realmente importa pra ela é: lembrar dos detalhes daquele dia. O tal dia que conseguiu enxergar o que não podia ver. Traduzir o que é invisível aos olhos humanos.
Ela gostava do estado sobrenatural e rosa fluorescente de estar apaixonada. Flutuar com pés no chão, se pegar rindo à toa, rir por nada... esse tipo de coisa. E foi o que aconteceu naquele dia. Repentinamente o amor se instalou em seu peito e ela passou a amar tudo ao seu redor. Amar o engarrafamento que lhe atrasava, amar o moço vendedor de paçocas, amar a ventania que passava e transformava seus cabelos em ninho de passarinho. Amar a abelha que não abandonava o seu cappuccino. A vida passou a existir com perfeição. Descobriu que as coisas não acontecem por acaso, já que pra viver essa alegria de amar o nada, tudo precisou existir. E pôde, por alguns minutos, experimentar o encaixe perfeito com o mundo.
Chegando em casa, ela encheu o peito de ar, expirou e inspirou delicadamente. Ainda lhe faltava ar. Repetiu a sequência com calma, até se sentir um pouco aliviada do impacto com a felicidade inesperada. Não estava acostumada com alegria repentina. E como quem se liberta de um estado sufocante, ela permitiu o corpo a viver o que queria.
Presenciei esse momento.
Estava uma noite quente, com cheiro de floresta molhada. Havia uma fresta na janela do seu quarto, onde passava um pouco de luz que vinha da casa vizinha. E foi simples. - Brotou do centro da sua alma, deu várias voltas no estômago, subiu pela espinha dorsal , enrolou-se como um nó na garganta, e se concretizaram em lágrimas salgadas e densas. Percorreram gentilmente por suas bochechas lisas até se aconchegarem sublimes em seus seios.
Ela riu. E chorou. E riu de novo.
Ela gostava do estado sobrenatural e rosa fluorescente de estar apaixonada. Flutuar com pés no chão, se pegar rindo à toa, rir por nada... esse tipo de coisa. E foi o que aconteceu naquele dia. Repentinamente o amor se instalou em seu peito e ela passou a amar tudo ao seu redor. Amar o engarrafamento que lhe atrasava, amar o moço vendedor de paçocas, amar a ventania que passava e transformava seus cabelos em ninho de passarinho. Amar a abelha que não abandonava o seu cappuccino. A vida passou a existir com perfeição. Descobriu que as coisas não acontecem por acaso, já que pra viver essa alegria de amar o nada, tudo precisou existir. E pôde, por alguns minutos, experimentar o encaixe perfeito com o mundo.
Chegando em casa, ela encheu o peito de ar, expirou e inspirou delicadamente. Ainda lhe faltava ar. Repetiu a sequência com calma, até se sentir um pouco aliviada do impacto com a felicidade inesperada. Não estava acostumada com alegria repentina. E como quem se liberta de um estado sufocante, ela permitiu o corpo a viver o que queria.
Presenciei esse momento.
Estava uma noite quente, com cheiro de floresta molhada. Havia uma fresta na janela do seu quarto, onde passava um pouco de luz que vinha da casa vizinha. E foi simples. - Brotou do centro da sua alma, deu várias voltas no estômago, subiu pela espinha dorsal , enrolou-se como um nó na garganta, e se concretizaram em lágrimas salgadas e densas. Percorreram gentilmente por suas bochechas lisas até se aconchegarem sublimes em seus seios.
Ela riu. E chorou. E riu de novo.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
Carta à Arlequim
Vem cá, me olha de perto. Preciso me conectar na doçura do seu olhar. Me fixar nele. Nessa esperança que faz tudo ser tão sereno. Nessa sabedoria de que a vida pode ser leve, feliz e mágica. Quero me embebedar na sua inspiração. Me soltar no seu espaço. Brindar a alegria desse encontro. Necessito experimentar esse sonho recheado de realidade. Conversas lucidas, transparentes e pertinentes. Vem. Traz ar puro, vem curar meus olhos. Faz brilhar minha alma. Lança confetes no meu coração.
terça-feira, 31 de julho de 2012
No Aeroporto
Bom, ultimamente estou vivendo uma nova vida. Deixei de lado a vida desregrada e sem garantia de futuro de atriz para ser uma comissaria. Mas, como na vida - pelo menos na minha- nada cai do céu (e que continue assim ), estou ralando um monte pra conseguir o meu objetivo. Pela primeira vez na vida tenho uma rotina. Acordo, vou malhar, tomo banho, almoço e parto pro aeroporto. Estou ha três meses vivendo intensamente em um dos maiores aeroportos do Brasil. Sou agente de aeroporto, e olha, preciso muito compartilhar as maravilhas que vivo por la. Vou começar com uma lista de como não se comportar na hora do check in.
1- O desinformado.
Aquele que chega no aeroporto e nem se preocupa em saber qual a cia aérea que comprou a passagem.
- Como assim? - Explicarei.
O cara enfrenta uma fila gigantesca, demora um monte na fila e quando finalmente chega no balcão descobre que a passagem dele foi comprada em outra cia. ( acontece direto, uns 3 por dia)
- O que se passa na cabeça desse ser humano? Que uma vez que se compra a passagem aérea, quando chega no aeroporto você escolhe qual cia quer que te transporte?Aff...
-Posso fazer o chiquinho aqui não? tem certeza?
- Não, senhor. Próximo!
2- O distraído.
Brasileiro adora uma fila. No aeroporto eles ficam loucos pra que chegue logo a sua vez, ao mesmo tempo, morrendo de medo que chegue. Uns porque tem medo de viajar, outros com pavor do temido excesso.
-Gente, por favor, quando for viajar não queira levar a sua casa junto. Acredite, é mais barato você comprar coisas novas no destino, do que pagar excesso. E se for pro nordeste então, esquece! sai mais caro que a passagem.
Bom, voltando a fila, o cara fica super ansioso pra que chegue a sua vez e quando chega na boca da fila acontece, sem mais nem menos, um relaxamento exorbitante e se deliga do mundo. Pode reparar... No inicio da fila são poucos os que ficam ligados na sua vez. A maioria resolve ligar pra alguém, jogar joguinho no celular, pagar contas, entrar no Facebook, fazer lista de compras, pensar na morte da bezerra. Ah e tem os pombinhos apaixonados que resolvem se beijar enlouquecidamente. O que me alegra nessas horas, são os passageiros que ainda não chegaram na posição de conforto e berram por nos. :)
-Oh seu retardado, olha a fila ai! ( as pessoas são bastante amigáveis no aeroporto) S2
3- O mudinho.
Se liga nos acontecimentos. O cara já se perdeu no aeroporto, já enfrentou uma fila gigantesca e já foi xingado pelo cara de trás por não estar prestando atenção na sua vez. Me chega esse ser humano no balcão, se posiciona na minha frente, olha nos meus olhos e sorri.
- Juro, eu espero tipo uns dez segundos pra ver se ele vai soltar alguma informação. Nada acontece. Ele permanece estático me olhando.
Vamos tentar analisar esse caso: Sera que ele acredita que atendentes de check in passam por um treinamento de mediunidade intensiva antes de começar a trabalhar? Essa é a unica e exclusiva explicação que me vem a cabeça.
20segundos depois...
-Senhor, qual o destino e uma identificação com foto. (pelamordeus!!!!!!!!!!!!!!!!!!!)
- Ah é, verdade... pode ser o cpf? ( :s sojesusnacausa)
Tenham em mãos o documento com foto e se puder o localizador da reserva. Infelizmente ainda não conseguimos desvendar pensamentos, nomes e destinos. Grata!
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de inicio é isso. não percam os proximos capítulos.
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Signo de ar
Descobri muito nova pro que servia, o que vim fazer nesse mundo. E fiz. Aos 14 anos decidi começar a fazer teatro. E fiz. Desfiz. Refiz. Sou atriz. Fui feliz. Foram 13 anos de dedicação, testes, ensaios, risadas, choros. Encontrei tanta gente que faz parte da minha vida, tanta gente que quero continuar encontrando, reencontrar... e tantas outras que se perca de mim, desvie, que se vá...
A vida é magnífica. A gente nasce pro que é, a gente vive o que quer. A gente pode ser muito. Tanto, mas um tantão de possibilidades de felicidades, descobertas e paixões. Me apaixonei por uma nova ana, uma nova profissão que nunca havia descoberto dentro de mim antes, acho que por ter me envolvido de corpo e alma na arte. Que é linda. Que é envolvente. Que é... que foi, que sempre me será.
Hoje começo uma nova caminhada, uma nova estrada. Hoje eu me proponho a me reencontrar. Hoje estou vivendo um novo amor. E que dure. Perdure. Vai durar.
Meu único desejo hoje é ser ar e poder voar.
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Sou sua
Você me surpreende todas as vezes. Você me faz entender o que de fato é a realidade, mesmo quando parece que é sonho, mesmo quando parece irreal. Me encanta, me fascina com sua maturidade que insisto em negar que tenha, talvez, por ser tão menino. Meu menino mais homem que tive, que tenho e que pretendo ter para eternidade. Você é feito da mesma matéria, mesmo gosto, mesma intensidade que o meu querer sempre desejou. Você me traz um sorriso mais aberto, um choro mais sentido, um ar mais fresco. Você pega seu coração, sua vida, tudo que tem de mais precioso ao seu redor, coloca numa caixa e me entrega de peitos abertos. Você me entrega o seu passado, presente e Futuro. E eu aceito.
Sabe porque, menino Gabriel? Porque alí no meio das coisas, dentro da caixa, eu me encontrei. Tô ali. To aí. Sou sua. Faz o que quiser de mim.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Invejoso x Invejado
Quem se sente invejado, na verdade é um grande invejoso.
Acho ridículo quando fulano chega falando: Nossa aquela pessoa tem tanta inveja de mim.
Acho ridículo quando fulano chega falando: Nossa aquela pessoa tem tanta inveja de mim.
Eu, pelo menos, não saio por aí pensando esse tipo de coisa das pessoas. Se alguém me fala algo que não me agrada, não vou logo pensar que essa tal pessoa morre de inveja de mim. Acredito que quem vive pensando isso das pessoas, é a mais invejosa de todas. Porque faz esse sentimento ter uma tal importância que na verdade não se deve ter.
Esse é um pensamento tão egocêntrico e idiota. Tipo: eu sou tão foda que fulano morre de inveja de mim. Ah, por favor! Só gente sem noção pra dar importância a esse tipo de coisa. É mais fácil você acreditar que a tal pessoa simplesmente não gosta de você. É mais coerente. Mais humilde. Mais aceitável. Até porque, você não precisa ser adorado por todas as pessoas do mundo.
Discernimento meu povo. Vamos ter discernimento.
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